segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Medida da taça

Não exagere. E também não aja como quem crê já saber o fim do livro. Quem sabe ele termine antes do esperado, ou depois. Se guiar pelo número de páginas pode ser traiçoeiro.
Bem que você poderia saber mais de mim. Na casa que me guarda existem algumas portas emperradas. Nem ouse chutá-las. Use as janelas.
O querer fazer tudo certo faz com que a gente faça meio errado.
A distância quando é pouca, falta; quando é muita, é demais e estraga.
Quanto à distância, pode agir como quem crê já saber o fim do livro. A aproximação é que deve ser exagerada. Taça de champagne esborrando a espuma.
Certas doses tem de ser homeopáticas e a não existência de receitas clama o uso da taça da cabeça.
Só tenha medo de ser expulso de mim pelo piscar do meu olho, como pálpebra que esquece a luz.
Mas se isso acontecer é porque agiu pequeno, cisco que incomoda.
É aí que o final do livro - que eu alertei para que não previsse - chega antes do esperado.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Alquimia

A vida não tem pena.
E voa.
Voa com o tempo, alquimia da cura.
Queima e dissolve a fumaça,
Faz cicatrizes nos cortes,
E outras façanhas.