terça-feira, 31 de março de 2009

Vermelho-coração.

Eu não vou mais gritar, esses meus ouvidos não me ouvem. Esses sorrisos que me chegam são longos e a barra do dia sempre me diz que talvez nem tenha sido importante o sonho da noite, mas o sonho de todos os dias precisa ir além; que o pé nem sempre precisa estar todo no chão; que a coragem nem precisa ser exorbitante, mas a cara tem que estar junto dela; que o gosto acre na boca e o asco que dá de você mesmo nunca vão me deixar a sós; que até o espelho que já não agüenta mais aquele olho baixo de revés e um cabelo que sente nunca está ajeitado podem me desamparar. Mas não é novela, não é filme de romance e agindo como se fôssemos uns personages-marionetes-imbecis nos subornamos disfarçados de nós mesmos. Curvas bruscas no meio de um caminho de flores. E o vermelho da flor, que também é do morango e do sangue, como também é da vida e também da morte se confunde. São estes traiçoeiros tambéns que desmistifica certezas. Mas um coração que pulsa vermelho talvez tenha a resposta, ou não, pra todos esses terrores e todo esse embaçado de cores.

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